FOGAÇAS DE PALMELA
= A sua história e tradição =
A seguir às principais festas e romarias, quase sempre nos dois domingos seguintes, era costume realizarem-se umas “festas menores”, ao fim da tarde ou princípio da noite, como complemento das “festas grande” e, de alguma maneira, para se obterem fundos para cobrir as despesas da festa principal. Nessas tais “festas secundárias” eram arrematados animais e produtos agrícolas mas, de modo especial, bolos designados por fogaças, parece que por inicialmente tais bolos serem cozidos directamente ao fogo ou, mais exactamente, em cima do borralho da lareira ou do forno.
Em Palmela (vila – porque no resto do concelho o calendário das fogaças era diferente) a data mais marcada era a de 15 de Janeiro, em que se festeja Santo Amaro. Nesse dia, na igreja paroquial, eram benzidas as fogaças que correspondiam a promessas formuladas àquele santo e que, de harmonia com o problema que havia originado a promessa, se revestiam de formas diferentes mas, em qualquer caso, evocativas da aflição: um pé, um braço, um animal, etc. O produto da venda das fogaças revertia para o culto de Santo Amaro.
(Texto da autoria do historiador Dr. António de Matos Fortuna)
Proposta
Considerando a importância da Fogaça no contexto social e gastronómico da Vila de Palmela, apraz-nos afirmar que este elemento constitui um pilar da nossa identidade cultural, que merece ser salvaguardado na sua composição e no seu cariz espiritual e religioso, tendo nas suas origens a devoção a Santo Amaro, que é celebrado a 15 de Janeiro.
Considerando que a tipicidade da Fogaça de Palmela é singular e intrínseco às nossas raízes e ouvindo as pretensões da Confraria Gastronómica de Palmela como entidade reconhecida na promoção e divulgação da gastronomia do Concelho de Palmela, a Junta de Freguesia de Palmela delibera proceder ao registo como marca nacional no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, no intuito de preservar a sua autenticidade, defesa da sua receita e da tradição do bom nome da FOGAÇA DE PALMELA.
Palmela, 14 de janeiro de 2020
O Executivo